segunda-feira, 26 de maio de 2008

A mulher e a política brasileira

Dando uma volta pelos especiais feitos pela Folha, neste ano, vi um que tratava sobre o voto feminino. Já que é ano de eleição, ponho em pauta esta discussão, sobre a masculinização do mundo político. Nomes femininos na política são escassos e, na maioria das vezes, está muito abaixo na hierarquia político-partidária. Há uma excessão fragrante: a ex-senadora Heloísa Helena, do PSOL. Nomes como Luiza Erundina, Marina Silva, Idelli Salvatti, Dilma Rouseff ou Roseana Sarney - a primeira mulher eleita governadora de um estado brasileiro - não recebem a mesma atenção que personagens masculinos.

Nos últimos anos, a situação tem mudado, com a ascensão de mulheres a cargos importantes no governo. Dilma Rousseff, por exemplo, é chefe da Casa Civil. Ainda assim, especialistas afirmam que há preconceito contra a mulher na política. Para exemplificar, apenas três estados têm governadoras: Pará (Ana Júlia Carepa), Rio Grande do Norte (Wilma de Faria) e Rio Grande do Sul (Yeda Crusius). Quanto ao Poder Legislativo, o Brasil é apenas o 146º colocado no ranking de participação feminina no Parlamento.

Na ditadura
Quem assistiu ou leu "O que é isso, companheiro?", filme de Cacá Diegues baseado no livro de Fernando Gabeira, pode perceber que as mulheres tinham um papel importante na luta pela redemocratização: uma parte significativa dos militantes era composta por mulheres. A própria ministra Dilma Rouseff lutou contra a ditadura. Este fato gerou uma polêmica recente na CPI dos cartões corporativos, quando ela discursou sobre mentira em interrogatórios, comparando um regime democrático a um ditatorial.
Aqui mesmo na UFBa, na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, há uma professora que lutou contra o regime ditatorial, sofreu tortura e é, até hoje, considerada por alguns setores sociais como terrorista e assassina, e, por outros, como brava lutadora pela democracia: a professora Nancy Mangabeira Unger.

Nancy em cartaz do DOPS,
em busca de terroristas

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