sábado, 31 de maio de 2008

Se Liga Bocão discute proibição de beijo gay

Na rádio Transamérica, a versão radiofônica do programa Se Liga Bocão, desta sexta-feira (30/05), fez uma enquete com o público para discutir a proibição do beijo gay na novela Duas Caras. Os ouvintes ligavam e davam sua opinião, sem que houvesse debate ou participação efetiva dos âncoras.

Quem ligava e se dizia a favor da proibição, utilizava argumentava que as crianças poderiam ver a cena e se influenciar. Uma das pessoas disse que "passar na televisão pode chocar a sociedade". Os contrários à proibição eram conformistas. Vários disseram que "se existe na vida real, porque não na novela?". Alguns participantes contestaram a proibição dizendo que "há coisas piores na novela, como cenas bastante picantes entre casais héteros".

José Eduardo adotou
posições contraditórias


José Eduardo alternava piadinhas preconceituosas como "o fumo entrou!" e posições pró-beijo, ao questionar um dos participantes do programa, que disse que se fosse um selinho, não haveria problema: "Se for pra beijar, tem de ser um beijo de verdade", disse José Eduardo.

A enquete teve como resultado 9 votos a favor do beijo e 5 contra. Mas, mesmo assim, não se tocou num ponto importante: por que considerar um beijo entre pessoas do mesmo sexo ofensivo para crianças?

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Militar transexual ganha ação judicial

Conforme noticiou o G1, no início de maio, a sargento Fabiane Portela foi licenciada de suas funções contra a sua vontade, após fazer cirurgia para mudança de sexo. Segundo um porta-voz das Forças Armadas, Fabiane não atendia alguns requisitos do regulamento militar, e por isso foi exonerada.

Para explicar sua decisão, Fabiane Portela deu a seguinte declaração: "No caso do transexualismo você já nasce mulher só que é biologicamente do outro sexo. Eu não sabia o que era isso. Eu sabia de duas coisas: que eu não era homossexual e que também não era travesti".

A sargenta Fabiane,
em traje militar

Através de um advogado, Fabiane procurou a Justiça para ser reformada, o que lhe garantiria a manutenção do salário de terceira sargento. A ação se baseou no Código Internacional de Doenças e no Conselho Federal de Medicina, que tratam o transexualismo como transtorno mental. A ação foi ganha e Fabiane continuará a receber seu salário.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

A mulher e a política brasileira

Dando uma volta pelos especiais feitos pela Folha, neste ano, vi um que tratava sobre o voto feminino. Já que é ano de eleição, ponho em pauta esta discussão, sobre a masculinização do mundo político. Nomes femininos na política são escassos e, na maioria das vezes, está muito abaixo na hierarquia político-partidária. Há uma excessão fragrante: a ex-senadora Heloísa Helena, do PSOL. Nomes como Luiza Erundina, Marina Silva, Idelli Salvatti, Dilma Rouseff ou Roseana Sarney - a primeira mulher eleita governadora de um estado brasileiro - não recebem a mesma atenção que personagens masculinos.

Nos últimos anos, a situação tem mudado, com a ascensão de mulheres a cargos importantes no governo. Dilma Rousseff, por exemplo, é chefe da Casa Civil. Ainda assim, especialistas afirmam que há preconceito contra a mulher na política. Para exemplificar, apenas três estados têm governadoras: Pará (Ana Júlia Carepa), Rio Grande do Norte (Wilma de Faria) e Rio Grande do Sul (Yeda Crusius). Quanto ao Poder Legislativo, o Brasil é apenas o 146º colocado no ranking de participação feminina no Parlamento.

Na ditadura
Quem assistiu ou leu "O que é isso, companheiro?", filme de Cacá Diegues baseado no livro de Fernando Gabeira, pode perceber que as mulheres tinham um papel importante na luta pela redemocratização: uma parte significativa dos militantes era composta por mulheres. A própria ministra Dilma Rouseff lutou contra a ditadura. Este fato gerou uma polêmica recente na CPI dos cartões corporativos, quando ela discursou sobre mentira em interrogatórios, comparando um regime democrático a um ditatorial.
Aqui mesmo na UFBa, na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, há uma professora que lutou contra o regime ditatorial, sofreu tortura e é, até hoje, considerada por alguns setores sociais como terrorista e assassina, e, por outros, como brava lutadora pela democracia: a professora Nancy Mangabeira Unger.

Nancy em cartaz do DOPS,
em busca de terroristas

Parada Gay de São Paulo foi marcada pela violência

O maior evento gay do mundo teve acontecimentos negativos dignos de note: segundo dados veiculados pela Folha Online, a Parada Gay de São Paulo deste ano registrou um aumento de 78% nos furtos. Além disso, um homem teve a perna amputada após ser atropelado pelo trio elétrico no qual estava trabalhando. Muitas pessoas tiveram de ser atendidas após consumo elevado de drogas, como ecstasy e álcool.

12ª edição do evento foi marcada por confusões

Apesar dos incidentes, a organização especula que o evento tenha batido recorde de participação: 5 milhões de pessoas, em dado não-oficial.

Confira imagens do evento aqui.